domingo, abril 15, 2007

Um texto antigo

A confusão dos meus dias.

Estou aqui nesta tarde de sábado, depois de muitas horas a estudar matemática e com o meu cérebro perto da implosão, a concluir que todos os meus amigos estão ‘offline’ ou ausentes.
Todos desapareceram sem deixar recado, todos menos eu.
Tiro os óculos, esfrego os olhos para acordar a mente e bocejo preguiçosamente. O que é que eu estou aqui a fazer?
O meu quarto está um autêntico campo de batalha. Os cadáveres dos livros das disciplinas já derrotadas por mim naquela tarde estendem-se pelo tapete quase totalmente oculto por eles. A minha cama acumulou tantos destroços que nem os posso contar. Os inimigos que ainda não defrontei reúnem-se ordeiramente no alto da colina da cómoda, prontos a atacar-me pelas costas. Os armários juntam-se a um canto, cheios, a abarrotar como bombas prestes a explodir, para negociar a paz comigo. O puff também ele mutilado e pejado de destroços dos vencidos fora abandonado num local perigoso. Sem dúvida que o pior é a minha secretária: o teclado do computador equilibra-se precariamente no canto, como um pára-quedista desafortunado; as pilhas de papéis deixam, de vez em quando, que um elemento das suas fileiras tombe por terra; as aparas de borracha reúnem-se em montes que se assemelham a tufos de erva maltratada; em frente a mim o canudo da minha “compostela” ergue-se como uma torre de aviação e o monitor, ladeado pelas colunas é o meu quartel-general.
Chega aos meus ouvidos a voz sussurrante do Chris Martin “Hoping that everything’s not lost”, irónico, sem dúvida, é tudo o que eu não espero, aliás já não espero nada. Tudo está já perdido, com todas aquelas debandadas das minhas tropas nada há a fazer… “Todos offline”, pensei, “ e agora, o que vou fazer sem ninguém para me ajudar. Tenho um exército de livros a atacar-me, por certo vou ser vencida!”.
Suspiro e volto-me desconfortavelmente na cadeira, tenho de negociar as tréguas, não posso continuar assim, mas eles não parecem dispostos a um acordo, o que fazer?”
Parto à batalha, que afinal já está a acontecer, estou desde o início da página a defrontar-me com o general “língua Portuguesa” e ganhei!


Inês Maio Gonçalves

29/05/04



Sempre gostei dele ;P

1 comentário:

Shaolan disse...

Lol, boa sorte na tua luta camarada e não tenhas medo de pedir ajuda para "um período de tréguas" (mesmo estando offline por natureza não é difícil fazer um esforço por mudar)

P.s. esta é a minha deixa para atacar o impiedoso "Frei Luís"
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