sexta-feira, abril 28, 2006

Confundes-me

Queria dizer-te tanta coisa, mas hoje as palavras não saem como ontem, a fluência secou, não consigo elevar a voz a mais do que um murmúrio do deserto, a um restolhar de folhas secas, secas como a minha alma que definha...Queria contar-te, falar contigo, mas só me sinto a afastar, o nojo, o ódio, tudo isso que nutro por ti hoje, e só hoje, afoga-me na vertigem de fugir.Tantas vezes partilhei contigo pores-do-sol-imaginários, em que o laranja se espalhava pelos céus, asfixinado-os, asfixiando-me, asfixiando-nos agora.Sempre te adorei! Não consigo jamais compreender porque escolhi morrer tão longe de ti, mas já não podia chorar nos teus ombros, pois o teus toque arrasta-me para o fundo de um oceano revolto, onde eu me sinto a a afogar, puxada por sereias de dentes negros e risos odiosos.Hoje já não partilhamos o cristalino do riso, o murmurar de cristal com que se afagam os sentidos, pois hoje bastar-me-ia libertar o vento dos pulmões num grito desumano, que deixasse a carne a descoberto e fizesse vazar a água dos oceanos.Que desespero, já não tenho a única certeza que sempre tive, simplesmente porque a rejeitei.... queria ouvir a tua voz, mas tu só me ensurdeces, numa raiva miudinha que em mim cresce e fervilha, e queria ter olhos que ferissem, goelas que cuspissem fogo, para logo ali te vaporizar.Mas aí seria sempre triste, ainda mais do que o que sou agora.Neste dias já nada faz sentido: a poesia tornou-se prosa e a prosa poesia, a música silêncio. Apenas o teatro se mantem igual, representação constante na minha vida, o meu sorriso parado e desonesto, não é mais que uma má encenação.E estou aqui, congelo (do corção aos lábios) sinto-me a invadir pelo frio da Morte e sinto-me mais calma, já não tenho um tornado nos pulmões, nem um rio nos olhos. As forças da Natureza abandonam-me em silêncio mesquinho...Bebo mais um trago do veneno frio em que o ar se tornou, provo um pouco mais da força da vida.... Não, Thanatos, não agora, tenho de viver mais um pouco, nem que o céu se torne a Terra e o Sol queime tudo com raios de ódio.




Falling Away With You, Muse Esta é a segunda versão do texto que produzi acerca desta magnífica música, o outro apagou-se como que num pesadelo, enquanto o tentava salvar. Era muitíssimo mais belo que este, e muito menos fatalista. A sua perda valeu-me uma crise de choro, ando estranha sim, é verdade... agora fiqueia saber que me bastava ter feito Ctrl + Z para o salvar.... Fica-me apenas na memória, até esta se apagar...


Obrigada mama por me teres deixado comentários tão fofos. não te preocupes, se cá não puderes vir, embora adore receber comentários de quem eu gosto, sou obrigada a continuar a postar aquil, mesmo que ninguém leia. Estou presa a esta necessidade, uma vez já não sei respirar sem escrever aqui. Porque às vezes respirar custa muitíssimo.


Oh, tou parva, não liguem, perdi a minha jóia, não funciono direito....

2 comentários:

Anónimo disse...

ja perdi a conta á quantidade de vezes que li... só keria k aki estivesses para te dizer akilo k n me atrevo a eskrever.

Anónimo disse...
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