segunda-feira, março 03, 2008

Esse teu olhar

Não aguento que me olhes assim.
Sei que sou forte: derrotaria exércitos se tivesse afiada a minha espada, saltaria para o dorso do meu corcel e cavalgaria sem vacilar ao seu encontro; venceria as maiores agruras da alma humana se apenas levasse comigo uma luz para me alumiar a escuridão; sofreria a maior e mais humilhante das derrotas de cabeça erguida, mas não suporto esse teu olhar.
Sou forte, mas esse brilho magnético, cativante, sedutor, quente e muito enigmático prendem-me como um insensato insecto se prende a uma luz vã.
Não sou mais dona dos meus pensamentos, das minhas palavras - das minhas acções! - quando me olhas com esse teu sorriso trocista (um pouco até desdenhoso).
Tem de haver uma qualquer explicação científica, psicológica, esotérica - uma qualquer! - para eu ficar assim.
Deve ser uma mistura de fluídos inflamados, qualquer recalcamento da minha infância misturados com a conjugação astral perfeita à hora do meu nascimento que me põem indefesa.
Caiem-me a armadura, a espada, o escudo e as roupas. Fico nua.
E deve ser por causa da adrenalina ou de uma qualquer outra molécula extraviada que eu fico em desatino.
Não me olhes assim! É desonesto.

3.Jan.2008

Se o texto parecer com cortes a culpa é do meu superego. Três vivas para ele por não me deixar passar vergonhas piores daquelas em que eu me meto.
O princípio ia muito bem, mas depois esvazia como um balão furado...
É, sem dúvida, o post que mais me expõe em toda a minha vida bloguística. Não sejam muito duros nos comentários, por favor :$

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