Continuo com aquele humor primaveril: riso fácil, frases longas e muito elaboradas, preguiça deleitosa.
Como um sol que brilha.
Ai e a vontade de falar sem ter nada para dizer.
De rir sem ter nada para rir.
De voar e viver acima das nuvens num qualquer lugar azul claro de poemas muito bonitos, muito leves.
O não estar atento ao que me dizem por estar demasiado ocupada a fingir-me apaixonada (porquê? pela vida inteira!).
É nos tempo de sol que vemos as nossas manchas, que nos apercebemos das nossas dificuldades "Buracos negros, só conheço os que há nos corações dos homens".
Tanto tempo passei a tentar ficar sozinha que me esqueci como é que se está com quem amamos. O dia em que percebemos que já não sabemos o que significa o mais estranho dos verbos ('Amar', julgo que é assim que se diz em português) é simplesmente o mais triste da nossa existência, o que mais vida nos rouba (rouba ou percebemos que a perdemos?).
"Imaginem a pouca qualidade de vida de alguém que está privado de todo e qualquer contacto físico" dizia um professor meu. Como imagino tão bem. Há alturas em que me apercebo que desaprendi a ser carinhosa em algum ponto da minha jornada. E sinto-me o mais miserável dos seres. E tento escondê-lo, mas só piora. E sinto-me mal. E afasto-me mais. E esfrio. E tenho ainda mais medo que os outros me vejam, me sintam, que de alguma forma possam ter a consciência que eu nunca tive do meu ser.
"Quando dizemos que conhecemos alguém pode ser por dois motivos:
Conheço-te porque te salvei. Porque te conheço profundamente.
Ou conehço-te porque te matei. Porque já não espero mais nada de ti «já te conheço»" Não é bem assim, mas o conteúdo está aí. Tenho sempre medo que me matem e nunca me apercebo que me estou a matar a mim mesma ao esconder-me. É um suicídio não esclarecido, deixem-me pelo menos pensar que tenho essa atenuante.
E "Não há Primavera que rompa esta tarde de Outono que eu trago comigo. Sei que não sobreviverei por muito tempo à morte dos meus sonhos..."
E sinto-me despida.
E sinto-me perdida.
E não sei para onde ir, o que fazer.
"Continuo a andar"
Excertos citados: José Rui Teixeira: Milagre, vários (discursos)
Como um sol que brilha.
Ai e a vontade de falar sem ter nada para dizer.
De rir sem ter nada para rir.
De voar e viver acima das nuvens num qualquer lugar azul claro de poemas muito bonitos, muito leves.
O não estar atento ao que me dizem por estar demasiado ocupada a fingir-me apaixonada (porquê? pela vida inteira!).
É nos tempo de sol que vemos as nossas manchas, que nos apercebemos das nossas dificuldades "Buracos negros, só conheço os que há nos corações dos homens".
Tanto tempo passei a tentar ficar sozinha que me esqueci como é que se está com quem amamos. O dia em que percebemos que já não sabemos o que significa o mais estranho dos verbos ('Amar', julgo que é assim que se diz em português) é simplesmente o mais triste da nossa existência, o que mais vida nos rouba (rouba ou percebemos que a perdemos?).
"Imaginem a pouca qualidade de vida de alguém que está privado de todo e qualquer contacto físico" dizia um professor meu. Como imagino tão bem. Há alturas em que me apercebo que desaprendi a ser carinhosa em algum ponto da minha jornada. E sinto-me o mais miserável dos seres. E tento escondê-lo, mas só piora. E sinto-me mal. E afasto-me mais. E esfrio. E tenho ainda mais medo que os outros me vejam, me sintam, que de alguma forma possam ter a consciência que eu nunca tive do meu ser.
"Quando dizemos que conhecemos alguém pode ser por dois motivos:
Conheço-te porque te salvei. Porque te conheço profundamente.
Ou conehço-te porque te matei. Porque já não espero mais nada de ti «já te conheço»" Não é bem assim, mas o conteúdo está aí. Tenho sempre medo que me matem e nunca me apercebo que me estou a matar a mim mesma ao esconder-me. É um suicídio não esclarecido, deixem-me pelo menos pensar que tenho essa atenuante.
E "Não há Primavera que rompa esta tarde de Outono que eu trago comigo. Sei que não sobreviverei por muito tempo à morte dos meus sonhos..."
E sinto-me despida.
E sinto-me perdida.
E não sei para onde ir, o que fazer.
"Continuo a andar"
Excertos citados: José Rui Teixeira: Milagre, vários (discursos)